quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
sábado, 31 de outubro de 2009
ELES SÃO DEMAIS
Tribunal de pequenas causas
_____________________
Você pensa que faz o que quer
Não faz
E que quer fazer o que faz
Não quer
Tá pensando que deus vai ajudar
Não vai
E que há males que vêm ara o bem
Não vêm
Você acha que ele há de voltar
Não há
E que ao menos alguém vai escapar
Ninguém
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Paro pra pensar
Mas não penso mais
De um minuto
Sem pensar em alguém
Que não pára pra pensar em ninguém
----------------------------------------------
Você acha que eu tenho demais
Roubei
Você acha que eu não sou capaz
Matei
-------
(Fernanda Takai/ John)
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
O HOMEM E O GELO
A artista plástica brasileira Nele Azevedo levou para as escadarias do Gendarmenmarkt, em Berlim, mil esculturas de gelo com o formato de homem. Elas foram expostas sob o sol escaldante do verão europeu como forma de protesto contra o aquecimento global e as mudanças climáticas. “Eu acredito que a arte não pode fazer muito, mas pode tocar o coração das pessoas e talvez possa mudar alguma coisa dessa forma”, comenta Nele Azevedo. Olha que Maneiro!
E O VENTO LEVOU ...
UM MINUTO PRA PENSAR
QUE A VIDA LEVA E TRAZ
O QUE EU FAÇO, ELA DESFAZ
PENSAMENTOS SÃO COMO LADRÕES ME ROUBANDO TEMPO
LEVAM MINHA PAZ
---------
POIS TODO MUNDO ESTÁ SÓ
PRÁ SABER O QUE É BOM
O RUIM E O TANTO FAZ
ÀS VEZES NÃO QUERO ESCOLHER
E AS PESSOAS VÃO DIZER
QUE EU VIVO DE ILUSÃO
---------
VOU DESAPARECENDO
MAS ESTOU SEMPRE LÁ
SEI QUE POR UM MOMENTO
FUJO SEM SAIR DO LUGAR
---------
UM SEGUNDO PRA ESQUECER
TUDO QUE ME APRAZ
E NÃO TENHO MAIS
---------
(Fernanda Takai/John)
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
JURA SECRETA
VOLTEI a esse momento solitário da escrita.
ESTOU há tempos empurrando com a barriga esse texto. Quem me conhece por dois minutos que seja não imagina que eu possa ser capaz de la m a r * uma cantora tão fora do padrão-fernando-de-qualidade. Simone. Ui! Mais estranho pensar que o ultimo show que assisti foi Green Day e o proximo sera Simone. That`s me.
BEM, quando se fala em Simone logo nos lembramos dessa merda que virou o trabalho dela nos últimos anos. A recente união com Z Duncan foi o fim. Eu odeio a ZD. Rendeu um Cd e DVD ao vivo que nao pretendo jamais conhecer. Mas, enfim, são 36 anos de carreira com mais altos que baixos. Parece que todo artista vai se desmanchando com o passar do tempo. Atualmente, vencer bem o segundo disco já é uma vitória, que dirá 36 anos. Orra, meu.
SIMONE acaba de lancar novo CD com assinatura da gravadora Biscoito Fino. Uma gravadora de arte, para onde muitos artistas da MPB tem se refugiado a fim de manterem um melhor nivel em seus trabalhos. Talvez uma luz no fim do tunel da baiana.
PRIMORDIOS: pra mim tudo começou em dezembro de 1979. Simone foi a atração especial no fim daquele ano da Globo. O show chamava-se `Simone` e era embalado por sucessos de uma interprete politizada. "Pra não dizer que não falei de flores", "Começar de novo", "Maria,Maria" e `Antes que seja tarde`. Era uma epoca diferente. Quebrar algumas barreiras significavam mais do que saber qual vai ser a proxima novidade da Microsoft. Minha mãe logo comprou o vinyl do show pra mim e ali se iniciou a loucura que me define ate hoje. Simone pra mim era o conjunto da obra. Não era apenas a voz, a altura, a presença, o dinheiro, a beleza, a sexualidade. Era a maneira como essas coisas me atingiam e me deixavam na lona. Eu tinha 11, 12 anos e tudo que é novo tem um gosto virgem nessa idade fragil. Em seguida, já em 1980, o tal show chegou em Porto Alegre. E aí me foi apresentado uma show woman como uma criança como eu jamais tinha visto. Fui ao nocaute.
A partir dali meu destino simoniano estava traçado. Alem de soltar a voz como ninguem, seu timbre me acalma, inexplicavelmente. Outra coisa me agrada muito. Ela nao trina as vogais como um canario imbecil, cacoete tao comum no jeito de cantar de Caetano e Bethania, eu sei que isso conta como qualidade, mas eu detesto, me incomoda. E o melhor de tudo, Simone mastiga as silabas, ela aproveita cada pedacinho da palavra saborosamente. Nao engole nada.
Bem no meu feitio, comprei comprei comprei comprei comprei tudo que podia dela e esperava cada novo trabalho como esperava pelas férias. E olha, tudo que eu queria naqueles anos malditos de colegio eram ferias. Cada novo disco era um vendaval de vida pra mim. Eu cuidava pra nao ouvir mais do que duas vezes cada disco novo por dia para nao enjoar muito depressa. Em meados dos anos 80, Simone assinou um contrato milhonario com a CBS. Esse contrato rendeu capa na Veja. A matéria mostrava o cacife da então mais poderosa interprete brasileira e falava da nova era de shows super produzidos em ginasios para os grandes nomes da MPB. Simone inaugurou esse momento. Naquele ano a turnê do show Corpo e Alma lotou quatro vezes apenas o Maracanazinho, repetindo o exito pelos quatro cantos do pais.
ELA era meu idolo total. Obviamente a maioria das letras eram tristes e falavam de todos amores proibidos/perdidos que uma pessoa pode viver. Perfeito. Eramos a mao e a luva. Eu me perguntava se dali ha 20 ou 30 anos eu ainda estaria ouvindo aquelas musicas e ainda estaria gostando da Simone. Dela mesma, acho que ja nao gosto tanto como naquela epoca. As pessoas mudam e fazem suas proprias caveiras. Ja das musicas, gosto cada vez mais. Ouvir cancoes antigas `e como recontar nossa propria historia e reviver um tempo que parece ainda nao ter passado. Da uma ideia de eternidade.
ACHO que nao quero continuar escrevendo sobre isso.
PS -- ASSIM Q MEU TECLADO FOR RECONFIGURADO VOLTO A ESSE TEXTO P/ COLOCAR OS ACENTOS Q ESTAO AUSENTES PQ SIMPLESMENTE SUMIRAM !!
ESTOU há tempos empurrando com a barriga esse texto. Quem me conhece por dois minutos que seja não imagina que eu possa ser capaz de la m a r * uma cantora tão fora do padrão-fernando-de-qualidade. Simone. Ui! Mais estranho pensar que o ultimo show que assisti foi Green Day e o proximo sera Simone. That`s me.
BEM, quando se fala em Simone logo nos lembramos dessa merda que virou o trabalho dela nos últimos anos. A recente união com Z Duncan foi o fim. Eu odeio a ZD. Rendeu um Cd e DVD ao vivo que nao pretendo jamais conhecer. Mas, enfim, são 36 anos de carreira com mais altos que baixos. Parece que todo artista vai se desmanchando com o passar do tempo. Atualmente, vencer bem o segundo disco já é uma vitória, que dirá 36 anos. Orra, meu.
SIMONE acaba de lancar novo CD com assinatura da gravadora Biscoito Fino. Uma gravadora de arte, para onde muitos artistas da MPB tem se refugiado a fim de manterem um melhor nivel em seus trabalhos. Talvez uma luz no fim do tunel da baiana.
PRIMORDIOS: pra mim tudo começou em dezembro de 1979. Simone foi a atração especial no fim daquele ano da Globo. O show chamava-se `Simone` e era embalado por sucessos de uma interprete politizada. "Pra não dizer que não falei de flores", "Começar de novo", "Maria,Maria" e `Antes que seja tarde`. Era uma epoca diferente. Quebrar algumas barreiras significavam mais do que saber qual vai ser a proxima novidade da Microsoft. Minha mãe logo comprou o vinyl do show pra mim e ali se iniciou a loucura que me define ate hoje. Simone pra mim era o conjunto da obra. Não era apenas a voz, a altura, a presença, o dinheiro, a beleza, a sexualidade. Era a maneira como essas coisas me atingiam e me deixavam na lona. Eu tinha 11, 12 anos e tudo que é novo tem um gosto virgem nessa idade fragil. Em seguida, já em 1980, o tal show chegou em Porto Alegre. E aí me foi apresentado uma show woman como uma criança como eu jamais tinha visto. Fui ao nocaute.
A partir dali meu destino simoniano estava traçado. Alem de soltar a voz como ninguem, seu timbre me acalma, inexplicavelmente. Outra coisa me agrada muito. Ela nao trina as vogais como um canario imbecil, cacoete tao comum no jeito de cantar de Caetano e Bethania, eu sei que isso conta como qualidade, mas eu detesto, me incomoda. E o melhor de tudo, Simone mastiga as silabas, ela aproveita cada pedacinho da palavra saborosamente. Nao engole nada.
Bem no meu feitio, comprei comprei comprei comprei comprei tudo que podia dela e esperava cada novo trabalho como esperava pelas férias. E olha, tudo que eu queria naqueles anos malditos de colegio eram ferias. Cada novo disco era um vendaval de vida pra mim. Eu cuidava pra nao ouvir mais do que duas vezes cada disco novo por dia para nao enjoar muito depressa. Em meados dos anos 80, Simone assinou um contrato milhonario com a CBS. Esse contrato rendeu capa na Veja. A matéria mostrava o cacife da então mais poderosa interprete brasileira e falava da nova era de shows super produzidos em ginasios para os grandes nomes da MPB. Simone inaugurou esse momento. Naquele ano a turnê do show Corpo e Alma lotou quatro vezes apenas o Maracanazinho, repetindo o exito pelos quatro cantos do pais.
ELA era meu idolo total. Obviamente a maioria das letras eram tristes e falavam de todos amores proibidos/perdidos que uma pessoa pode viver. Perfeito. Eramos a mao e a luva. Eu me perguntava se dali ha 20 ou 30 anos eu ainda estaria ouvindo aquelas musicas e ainda estaria gostando da Simone. Dela mesma, acho que ja nao gosto tanto como naquela epoca. As pessoas mudam e fazem suas proprias caveiras. Ja das musicas, gosto cada vez mais. Ouvir cancoes antigas `e como recontar nossa propria historia e reviver um tempo que parece ainda nao ter passado. Da uma ideia de eternidade.
ACHO que nao quero continuar escrevendo sobre isso.
PS -- ASSIM Q MEU TECLADO FOR RECONFIGURADO VOLTO A ESSE TEXTO P/ COLOCAR OS ACENTOS Q ESTAO AUSENTES PQ SIMPLESMENTE SUMIRAM !!
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
DISTRITO 9, 10, 11, 12 ...
VENDIDO como ficção científica, o filme passeia por vários estilos, e se consagra um produto sem definição de gênero. Ponto para o diretor sul-africano Neill Blomkamp.
APRESENTADO como um documentário fake, a história foi rodada em uma Johannesburg tomada há 20 anos por visitantes perdidos do espaço. Tudo se desenrola em ritmo frenético. Aliens de baixíssimo Q.I estão confinaddos em uma área restrita, o distrito do título, e são vizinhos de uma população revoltada com a situação. Paira sobre os muros do confinamento uma sombra negra. É a imensa nave, desativada há duas décadas, que trouxe nossos visitantes, sem nenhum glamour ou sons e imagens hetéreas. Lá embaixo vivem quase dois milhões de seres em condições piores que uma favela, um campo de concentração. Tanto que todas as cenas de confinamento foram filmadas em uma favela real de Soweto. O quadro é um inferno na terra, piorado quando muitos aliens começam a sair do cercadinho e invadir a cidade atrás de comida e diversão. Eles não entendem direito as regras (!?) da nossa sociedade e os problemas crescem. Dentro do distrito reina um submundo sujo com direito ao tráfico de armas e contrabando de ração de gato, o prato preferido das estranhas criaturas. Tudo orquestrado por legítimos nigerianos, falando em dialetos locais, os verdadeiros afro descendentes e ascendentes. As sequências de canibalismo e misticismo pagão primitivo são realistas e cruamente documentadas. Os nigerianos acreditam que consumindo a carne dos ETs receberão a força bestial das criaturas e a transferência de seu DNA extra-galáctico, necessário para operar as armas que só os bichos conseguem fazer funcionar.
CLARO que temos mocinhos e bandidos, chavão imprescindível para a engrenagem da aventura. Cristopher, o alienígena-protagonista-inteligente tem planos e meios de levar sua manada de volta pra casa. Contra ele uma instituição idêntica a ONU quer jogar tudo por terra, literalmente, num trocadilho infeliz, mas oportuno. O chefão da operação é Wikus van der Merwe, um bode espiatório desavisado, bem-intencionaddo e sem noção. Logo ele passa para o lado da minoria confinada ao inalar, por acaso, um gás que inexplicavelmente produz uma mutação e nosso anti-herói começa a se transformar lentamente em alien. Uhhhhhhhhu. Ele passa a ser então o objeto mais precioso da Terra, o único humano mutante e, portanto, capaz de operar as cobiçadas armas. O maior bem do planeta é então caçado pela tal ONU. É uma associação livre ao filme A Mosca e a Metamorfose de Kafka. Não preciso dizer onde Wikus procura abrigo.
A TRAMA que parece ridícula pela sinopse é muito mais que uma historinha previsível. Criativa e recheada de frescor, dá uma guinada na banalização esquemática desse tipo de produção. Logo nos vemos, meio a contragosto, afeiçoados tanto ao humano mutante quanto ao repugnante Alien Professor Pardal e seu filhinho, um fofo esquálido, que herdou a genialidade paterna. O maior desafio do filme era esse: fazer com que aquelas criaturas nojentas fossem aos poucos criando empatia com o público. Bingo!
A POPULAÇÃO de Johannesburg aparece dando depoimentos verdadeiros sobre uma situação muito próxima do apartheid. Campo minado, numa ferida ainda aberta que desde de 1994 tenta cicatrizar na África do Sul. Por isso o filme vem gerando polêmica na África e no mundo. Autoridades locais tem se pronunciado indignados com a similaridade da situação dos alienígenas com o que acontece pelo continente afora.
TODO e qualquer bafafá gerado por uma produção hollywoodiana é sempre muito bem-vinda pelos estúdios. Se isso contribuir para levar mais espectadores a Distrito 9, melhor. O público saboreará um filme único e incentivará uma continuação já alinhavada nos últimos minutos da película.
O FILME-SENSAÇÃO do verão americano, consumiu apenas U$ 30 milhões, uma bagatela para as produções do gênero e se pagou em apenas 3 dias de exibição. Quando vazou na Web ultrapassou 1 milhão de downloads em 24 horas. Tudo embalado pela invejável produção de Peter Jackson, diretor da trilogia O Senhor dos Anéis. Toda essa simplicidade garante que Distrito 10 vem por aí com força e barulho.
APRESENTADO como um documentário fake, a história foi rodada em uma Johannesburg tomada há 20 anos por visitantes perdidos do espaço. Tudo se desenrola em ritmo frenético. Aliens de baixíssimo Q.I estão confinaddos em uma área restrita, o distrito do título, e são vizinhos de uma população revoltada com a situação. Paira sobre os muros do confinamento uma sombra negra. É a imensa nave, desativada há duas décadas, que trouxe nossos visitantes, sem nenhum glamour ou sons e imagens hetéreas. Lá embaixo vivem quase dois milhões de seres em condições piores que uma favela, um campo de concentração. Tanto que todas as cenas de confinamento foram filmadas em uma favela real de Soweto. O quadro é um inferno na terra, piorado quando muitos aliens começam a sair do cercadinho e invadir a cidade atrás de comida e diversão. Eles não entendem direito as regras (!?) da nossa sociedade e os problemas crescem. Dentro do distrito reina um submundo sujo com direito ao tráfico de armas e contrabando de ração de gato, o prato preferido das estranhas criaturas. Tudo orquestrado por legítimos nigerianos, falando em dialetos locais, os verdadeiros afro descendentes e ascendentes. As sequências de canibalismo e misticismo pagão primitivo são realistas e cruamente documentadas. Os nigerianos acreditam que consumindo a carne dos ETs receberão a força bestial das criaturas e a transferência de seu DNA extra-galáctico, necessário para operar as armas que só os bichos conseguem fazer funcionar.
CLARO que temos mocinhos e bandidos, chavão imprescindível para a engrenagem da aventura. Cristopher, o alienígena-protagonista-inteligente tem planos e meios de levar sua manada de volta pra casa. Contra ele uma instituição idêntica a ONU quer jogar tudo por terra, literalmente, num trocadilho infeliz, mas oportuno. O chefão da operação é Wikus van der Merwe, um bode espiatório desavisado, bem-intencionaddo e sem noção. Logo ele passa para o lado da minoria confinada ao inalar, por acaso, um gás que inexplicavelmente produz uma mutação e nosso anti-herói começa a se transformar lentamente em alien. Uhhhhhhhhu. Ele passa a ser então o objeto mais precioso da Terra, o único humano mutante e, portanto, capaz de operar as cobiçadas armas. O maior bem do planeta é então caçado pela tal ONU. É uma associação livre ao filme A Mosca e a Metamorfose de Kafka. Não preciso dizer onde Wikus procura abrigo.
A TRAMA que parece ridícula pela sinopse é muito mais que uma historinha previsível. Criativa e recheada de frescor, dá uma guinada na banalização esquemática desse tipo de produção. Logo nos vemos, meio a contragosto, afeiçoados tanto ao humano mutante quanto ao repugnante Alien Professor Pardal e seu filhinho, um fofo esquálido, que herdou a genialidade paterna. O maior desafio do filme era esse: fazer com que aquelas criaturas nojentas fossem aos poucos criando empatia com o público. Bingo!
A POPULAÇÃO de Johannesburg aparece dando depoimentos verdadeiros sobre uma situação muito próxima do apartheid. Campo minado, numa ferida ainda aberta que desde de 1994 tenta cicatrizar na África do Sul. Por isso o filme vem gerando polêmica na África e no mundo. Autoridades locais tem se pronunciado indignados com a similaridade da situação dos alienígenas com o que acontece pelo continente afora.
TODO e qualquer bafafá gerado por uma produção hollywoodiana é sempre muito bem-vinda pelos estúdios. Se isso contribuir para levar mais espectadores a Distrito 9, melhor. O público saboreará um filme único e incentivará uma continuação já alinhavada nos últimos minutos da película.
O FILME-SENSAÇÃO do verão americano, consumiu apenas U$ 30 milhões, uma bagatela para as produções do gênero e se pagou em apenas 3 dias de exibição. Quando vazou na Web ultrapassou 1 milhão de downloads em 24 horas. Tudo embalado pela invejável produção de Peter Jackson, diretor da trilogia O Senhor dos Anéis. Toda essa simplicidade garante que Distrito 10 vem por aí com força e barulho.
Muse and Mika II
COMEÇANDO pelo Mika. O disco novo é um pouco diferente do primeiro lançado no Brasil. Vem com um pouco menos de eletrônica, menos dançante, então. Mas nada que tire o brilho desse artista em efervescência. Se valendo novamente da ópera e da chanson francesa ele faz um POP como poucos com refrões espetaculares. Vindo de uma infância atravessada pela guerra do oriente médio, chegando a Londres na pré-adolescência para lá viver e compor, é impressionante como essa experiência pouco interfere nas suas músicas. Vencer esse passado não é pra qualquer um. Apesar de que, crescer na guerra não deve ser muito diferente de crescer no Rio de Janeiro, onde criminosos derrubam helicópteros e as crianças também crescem no caos. Voltando, grande disco em um ano em que a produção musical anda meio meio.
O Muse faz um som grandiloquente apoiado na voz grossa e épica do vocalista. O início do disco é repleto de canções que grudam no ouvido e dizem ao que vieram. A outra metade fica reservada a experimentações e a incursão perigosa no progressivo. Eles se saem muito bem. É uma parte para ser digerida aos poucos, mas que só acrescenta vida longa a um CD poderoso.
Se a produção musical continuasse nesse nível o ano poderia ter esperança de não passar em branco.
O Muse faz um som grandiloquente apoiado na voz grossa e épica do vocalista. O início do disco é repleto de canções que grudam no ouvido e dizem ao que vieram. A outra metade fica reservada a experimentações e a incursão perigosa no progressivo. Eles se saem muito bem. É uma parte para ser digerida aos poucos, mas que só acrescenta vida longa a um CD poderoso.
Se a produção musical continuasse nesse nível o ano poderia ter esperança de não passar em branco.
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
MUSE AND MIKA
Hoje comprei os novos cds do Muse e do Mika. O Muse eu ainda não conheço e só comprei por causa do frenesi em volta desse novo trabalho, pricipalmente pelos temperos eletrônicos nas 3 faixas finais que flertam com o famigerado ópera rock progressivo.
Já o Mika é aquele gracinha que dá vontade de ter como o melhor-amigo-gay. Pela capa se vê que o trabalho mais recente deve seguir o padrão do último. Se for assim, é gol mundial again.
Agora vou me dedicar à audição religiosa a esses caras e depois conto a experiência sensorial.
Ademais que eu vou em frente.
Já o Mika é aquele gracinha que dá vontade de ter como o melhor-amigo-gay. Pela capa se vê que o trabalho mais recente deve seguir o padrão do último. Se for assim, é gol mundial again.
Agora vou me dedicar à audição religiosa a esses caras e depois conto a experiência sensorial.
Ademais que eu vou em frente.
sábado, 3 de outubro de 2009
LARS VON TRIER PERTURBA EM ANTICRISTO
EM tempos de Twitter e busca frenética por ser um dos primeiros 100.000 a ter o Google Wave é no mínimo desafiador assistir a duas horas lentas na tela. Especialmente com apenas dois atores em cena. Mas isso é tarefa realizada com maestria pelo genial Lars von Trier. O diretor dinamarquês, realizador da obra-prima Dogville (2003), estrelado por Nicole Kidman num cenário fixo atuando num imenso palco preto e o musical Dançando no Escuro (2000), que provocou crises homéricas na visionária Bjork, volta à polêmica.
DESSA vez Von Trier testou o terror com pitadas de sexo explícito. As cenas "adultas" se inserem perfeitamente num roteiro que mistura paganismo, mutilação da carne e da alma, histeria, morte, maldade atávica, teologia, psicanálise, seitas medievais e natureza selvagem. Durante 110 minutos reina o caos. Referências a O Bebê de Rosemary (1968) e, principalmente, O Ilumimado (1980) aparecem consciente ou inconscientemente, tanto na morte prematura do filho, como no isolamento na cabana, cercada pela floresta, o Éden.
EU não vou contar o enredo, nem memo fazer uma sinopse porque o filme merece ser visto na telona e não contado rapidamente, pecado mortal. É, sem dúvida, o melhor filme de 2009 so far. Willem Dafoe volta à forma conhecida no espetacular A Última Tentação de Cristo (1988), onde ele protagoniza um Jesus histórico e nem tão assexualizado. Já Charlotte Gainsbourg comprova sempre que traz os genes de seus pais aprimorados. Criativa e ilimitada tanto como atriz quanto cantora e compositora. Os dois ARTISTAS, na ampla e exata definição de seu oficio, não se furtam ao direito e ao prazer nas cenas de sexo. Corajosamente se expõem ao limite máximo do explícito, quebrando um tabu no cinema não X-rated, confinados em videolocadoras obscuras, mostrando seu sexo cirúrgico.
ANTICRISTO vai deixar qualquer um cheio de interrogações e de necessidade de pensar e repensar, verbos cada vez menos conjugados nesses tempos decadentes e risíveis. Como qualquer filme que tem o que dizer, tudo que se passa na tela e na trilha tem significado(s) e acontece porque deve acontecer. É como se acompanhássemos a decupagem em tempo real. As cenas em câmera lentíssima poderiam estar no acervo permanente de qualquer grande museu do mundo.
SE tudo isso não for o bastante para levar você ao cinema é porque você deve preferir um aborto que deu errado como o Metrô 123. Não esqueça de desligar o celular e desconectar o Twitter. Bom filme.
DESSA vez Von Trier testou o terror com pitadas de sexo explícito. As cenas "adultas" se inserem perfeitamente num roteiro que mistura paganismo, mutilação da carne e da alma, histeria, morte, maldade atávica, teologia, psicanálise, seitas medievais e natureza selvagem. Durante 110 minutos reina o caos. Referências a O Bebê de Rosemary (1968) e, principalmente, O Ilumimado (1980) aparecem consciente ou inconscientemente, tanto na morte prematura do filho, como no isolamento na cabana, cercada pela floresta, o Éden.
EU não vou contar o enredo, nem memo fazer uma sinopse porque o filme merece ser visto na telona e não contado rapidamente, pecado mortal. É, sem dúvida, o melhor filme de 2009 so far. Willem Dafoe volta à forma conhecida no espetacular A Última Tentação de Cristo (1988), onde ele protagoniza um Jesus histórico e nem tão assexualizado. Já Charlotte Gainsbourg comprova sempre que traz os genes de seus pais aprimorados. Criativa e ilimitada tanto como atriz quanto cantora e compositora. Os dois ARTISTAS, na ampla e exata definição de seu oficio, não se furtam ao direito e ao prazer nas cenas de sexo. Corajosamente se expõem ao limite máximo do explícito, quebrando um tabu no cinema não X-rated, confinados em videolocadoras obscuras, mostrando seu sexo cirúrgico.
ANTICRISTO vai deixar qualquer um cheio de interrogações e de necessidade de pensar e repensar, verbos cada vez menos conjugados nesses tempos decadentes e risíveis. Como qualquer filme que tem o que dizer, tudo que se passa na tela e na trilha tem significado(s) e acontece porque deve acontecer. É como se acompanhássemos a decupagem em tempo real. As cenas em câmera lentíssima poderiam estar no acervo permanente de qualquer grande museu do mundo.
SE tudo isso não for o bastante para levar você ao cinema é porque você deve preferir um aborto que deu errado como o Metrô 123. Não esqueça de desligar o celular e desconectar o Twitter. Bom filme.
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Paulo Francis
MINHA adição ao Paulo Francis começou nas suas participações cruelmente hilárias no Jornal da Globo. Logo em seguida, ainda nos anos 80, virei leitor do Diário da Corte na Folha de São Paulo. Na época eu nunca tinha lido aquelas coisas em lugar nenhum, especialmente num jornal. Pra quem sempre gostou de atirar pedra, o elo foi imediato. Era realmente incrível o que ele escrevia diariamente naquela página imensa da Folha. Em uma mesma matéria discursava sobre a ralé cultural brasileira, discorria sobre história remota ou contemporânea, para arrematar com Freud, Lacan, ou os dodecafônicos.
O homem era um Google orgânico. Claro, tinha coisas que ele não sabia, mas como ele mesmo repetia - se eu não conheço é porque não importa. Grande Francis. Ninguém depois dele tem coragem para dinamitar a tudo e a todos sem disfarces nem floreios. Medalhões, quatrocentões, governo, tudo era dizimado até a ultima letra.
DIFERENTE dos mortais, criatura especial desde a juventude saboreada no auge do RJ nos anos 50, vivia cercado da nata intelectual e boêmia da época dourada. Jornalista desassossegado e indignado, abandonou o Brasil nos anos setenta, obedecendo ao "ame-o ou deixe-o". O auto-exílio em NYC foi definitivo.
MINHA loucura por Manhattan só aumentava com as notícias de Francis. Nos anos 90, o GNT completou a conexão. Todo domingo durante uma hora o desmedido Paulo Francis falava tudo o que queria, batia na mesa, cantava, dava seu show. Mas falou demais no Manhattan Conection. A Petrobrás não gostou e processou o jornalista e a liberdade de imprensa numa ação milhonária. O coração de Paulo Francis não resistiu à pressão. O problema com a Petrobrás acabou levando Francis muito antes da hora. Em homenagem a ele, visitei seu edifício na 3th av e olhei para o alto, na cobertura onde ele morava com sua esposa, Sonia Nolasco e seus gatos. Mal havia completado um mês de sua morte e a minha relação com a cidade ficou diferente desde então.
SOBRARAM seus livros e vídeos. Seu valor profissional é inconteste, quer se goste ou odeie aquela figura polêmica. A imprensa nacional hoje em dia está toda enfileirada em cima do muro, causando nenhuma polêmica.
WAAAL, que saudades.
O homem era um Google orgânico. Claro, tinha coisas que ele não sabia, mas como ele mesmo repetia - se eu não conheço é porque não importa. Grande Francis. Ninguém depois dele tem coragem para dinamitar a tudo e a todos sem disfarces nem floreios. Medalhões, quatrocentões, governo, tudo era dizimado até a ultima letra.
DIFERENTE dos mortais, criatura especial desde a juventude saboreada no auge do RJ nos anos 50, vivia cercado da nata intelectual e boêmia da época dourada. Jornalista desassossegado e indignado, abandonou o Brasil nos anos setenta, obedecendo ao "ame-o ou deixe-o". O auto-exílio em NYC foi definitivo.
MINHA loucura por Manhattan só aumentava com as notícias de Francis. Nos anos 90, o GNT completou a conexão. Todo domingo durante uma hora o desmedido Paulo Francis falava tudo o que queria, batia na mesa, cantava, dava seu show. Mas falou demais no Manhattan Conection. A Petrobrás não gostou e processou o jornalista e a liberdade de imprensa numa ação milhonária. O coração de Paulo Francis não resistiu à pressão. O problema com a Petrobrás acabou levando Francis muito antes da hora. Em homenagem a ele, visitei seu edifício na 3th av e olhei para o alto, na cobertura onde ele morava com sua esposa, Sonia Nolasco e seus gatos. Mal havia completado um mês de sua morte e a minha relação com a cidade ficou diferente desde então.
SOBRARAM seus livros e vídeos. Seu valor profissional é inconteste, quer se goste ou odeie aquela figura polêmica. A imprensa nacional hoje em dia está toda enfileirada em cima do muro, causando nenhuma polêmica.
WAAAL, que saudades.
Erotismo
A função do erotismo é provocar ereções em homens e provocar em mulheres o que for equivalente. É preciso acabar com esse mito de que o erotismo é como qualquer outro drama ( um conflito qualquer ). Não é. Se você vê duas pessoas fazendo na cama, a reação correta, se a cena for erótica, é que você se sinta excitado. E o erotismo, desde que não imposto pela violência, é curativo. É sexo sem complicações. O problema de toda relação sexual é que A começa a querer moldar B à semelhança de A e vice-versa. ( Paulo Francis, Folha de São Paulo, 25/08/84)
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
GREEN DAY, SPARKLING NIGHT
Green Day faz show high-tech em volume máximo
Fotos: Divulgação
GREEN DAY, SPARKLING NIGHT. AMERICAN AIRLINES ARENA. AGOSTO, 4, 2009. Show do Green Day em Miami.
Mal aporto na cidade e fico sabendo que no outro dia teria show da minha banda punk rock preferida. Não podia acreditar, coincidências assim não me acontecem nunca. Incredulamente descobri que ainda havia ingressos. Era a minha vez de conferir o fenômeno Billie Joe Armstrong live por apenas U$ 49,50. Sinto por minha irmã não estar comigo, ela mesma meu vetor para conhecer os meninos de She e Paranoid, tocadas só no violão num momentinho solo. Billie + voz + violão. Mas primeiro o início. A parte João Gilberto ficou para o primeiro bis. O AAA é um imenso ginásio high-tech com seis andares altíssimos divididos em três níveis. O meu era o quinto, pouco recomendado a quem sofre de vertigem. Capacidade: 19,6 mil espectadores.
Kaiser Chiefs faz seu competente show de abertura, não esquecendo de citar a atração da noite entre as músicas, dando uma de simpático para o pequeno público que chegou cedo. Os Chiefs iniciam pontualmente às 20h e o vozeirão de Ricky Wilson faz o megateatro silenciar.
21h cravadas, AAA 90% cheio e a hecatombe começa. Desnecessário dizer que o público cantou junto e respondeu a cada provocação do incontrolável Billie Joe. Sua figura baixinha, debochada e desbocada se agiganta e ele ziguezagueia dementemente pelo palco, seu território. Invade a platéia várias vezes e chega a outros territórios desnorteando o batalhão de seguranças. Ele é o enterteiner da galera prioritariamente teen presente. Brinca com metralhadora lança-chamas, e com uma bazuca acrílica transparente dispara várias camisetas prensadas em todas as direções e pontos do estádio. Empunha outra pistola e dispara rolos de papel higiênico em cima da pista. Com um mangueirão, molha o pessoal da pista, simula masturbação, numa peformance mix Jim Morrison/Madonna, faz sexo com o assoalho. O público a-do-ra. O Green Day pesado também sabe brincar.
Mas nem tudo são flores. A banda sabe seu lugar. Hits e músicas novas são tocados à perfeição. Billie Joe e seus dois amigos formam um relógio suíço daqueles, auxiliados por mais três músicos e não uma, mas duas imensas mesas de som instaladas em um palco absolutamente fantástico. Cascata de fogos de artifício, chuva de confetes e inúmeras explosões literalmente incendiando o palco e acompanhando a batida da bateria. Completando tudo, um telão gigante formando imagens tudo a ver com a arte de 21st Century Breakdown, como o globo holográfico onde, ao invés de brilhar os quadradinhos de espelho, brilham caveiras - ora reproduzindo com muitos efeitos o que acontece no palco, ora servindo de pano de fundo obscuro, misturando técnicas de imagens inventivas, provando que ainda é possível ser novo em duas dimensões.
23h30min em ponto, o melhor show visto por mim até hoje termina com a certeza de que existe vida longa além de American Idiot. Palmas para Billie Joe, Tré Cool e Mike Dirnt, os greeners cantando e tocando sempre no volume máximo.
>>>>> Veja mais fotos e vídeos >>>>> Leia mais sobre Green Day : Fotos do show de Miami e texto também publicado no Clic RBS - blog Volume
Postado por Fernando Fantinel, direto de Miami às 08h59
(Horário de Brasília)
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Fotos: Divulgação
GREEN DAY, SPARKLING NIGHT. AMERICAN AIRLINES ARENA. AGOSTO, 4, 2009. Show do Green Day em Miami.
Mal aporto na cidade e fico sabendo que no outro dia teria show da minha banda punk rock preferida. Não podia acreditar, coincidências assim não me acontecem nunca. Incredulamente descobri que ainda havia ingressos. Era a minha vez de conferir o fenômeno Billie Joe Armstrong live por apenas U$ 49,50. Sinto por minha irmã não estar comigo, ela mesma meu vetor para conhecer os meninos de She e Paranoid, tocadas só no violão num momentinho solo. Billie + voz + violão. Mas primeiro o início. A parte João Gilberto ficou para o primeiro bis. O AAA é um imenso ginásio high-tech com seis andares altíssimos divididos em três níveis. O meu era o quinto, pouco recomendado a quem sofre de vertigem. Capacidade: 19,6 mil espectadores.
Kaiser Chiefs faz seu competente show de abertura, não esquecendo de citar a atração da noite entre as músicas, dando uma de simpático para o pequeno público que chegou cedo. Os Chiefs iniciam pontualmente às 20h e o vozeirão de Ricky Wilson faz o megateatro silenciar.
21h cravadas, AAA 90% cheio e a hecatombe começa. Desnecessário dizer que o público cantou junto e respondeu a cada provocação do incontrolável Billie Joe. Sua figura baixinha, debochada e desbocada se agiganta e ele ziguezagueia dementemente pelo palco, seu território. Invade a platéia várias vezes e chega a outros territórios desnorteando o batalhão de seguranças. Ele é o enterteiner da galera prioritariamente teen presente. Brinca com metralhadora lança-chamas, e com uma bazuca acrílica transparente dispara várias camisetas prensadas em todas as direções e pontos do estádio. Empunha outra pistola e dispara rolos de papel higiênico em cima da pista. Com um mangueirão, molha o pessoal da pista, simula masturbação, numa peformance mix Jim Morrison/Madonna, faz sexo com o assoalho. O público a-do-ra. O Green Day pesado também sabe brincar.
Mas nem tudo são flores. A banda sabe seu lugar. Hits e músicas novas são tocados à perfeição. Billie Joe e seus dois amigos formam um relógio suíço daqueles, auxiliados por mais três músicos e não uma, mas duas imensas mesas de som instaladas em um palco absolutamente fantástico. Cascata de fogos de artifício, chuva de confetes e inúmeras explosões literalmente incendiando o palco e acompanhando a batida da bateria. Completando tudo, um telão gigante formando imagens tudo a ver com a arte de 21st Century Breakdown, como o globo holográfico onde, ao invés de brilhar os quadradinhos de espelho, brilham caveiras - ora reproduzindo com muitos efeitos o que acontece no palco, ora servindo de pano de fundo obscuro, misturando técnicas de imagens inventivas, provando que ainda é possível ser novo em duas dimensões.
23h30min em ponto, o melhor show visto por mim até hoje termina com a certeza de que existe vida longa além de American Idiot. Palmas para Billie Joe, Tré Cool e Mike Dirnt, os greeners cantando e tocando sempre no volume máximo.
>>>>> Veja mais fotos e vídeos >>>>> Leia mais sobre Green Day : Fotos do show de Miami e texto também publicado no Clic RBS - blog Volume
Postado por Fernando Fantinel, direto de Miami às 08h59
(Horário de Brasília)
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sexta-feira, 24 de julho de 2009
Minha Tríplice Santíssima, ou Cada um tem o Deus que quer ter.
THE CURE
Já me acabei de elogios e exposição de intimidades nos textos sobre o Morrissey e a Marina. Como não fechar o trio fantástico com o Bob Smith e o seu mitológico Cure ?
.O THE CURE invadiu a minha vida antes do Morrissey e da Marina. Tudo foi culpa do Marcelo, um ex amigo meu do colégio. Devíamos ter uns 14 anos e aquelas letras cheias de melancolia e tristeza acompanhadas por uma música sublime num mundo cinza-chumbo eram tudo que queríamos ouvir. Me lembro da louca da mãe do Marcelo me perguntando com total desentendimento da situação: meu filho, por que o Marcelo só ouve essas músicas tristes ? O que eu poderia responder para aquela mãe sem noção ? É o que ele gosta, respondi eu, encerrando o assunto.
.ERA DO que eu gostava também. Junto com o Cure veio Kraftwerk, Laurie Anderson, Jean Michael Jarre e Cocteau Twins.
Já vi num desses insuportáveis programas insuportáveis sobre ídolos do rock dizerem que a voz, o jeito de cantar e o cabelo do Robert Smith são reconhecíveis no meio de um trilhão de pessoas. Verdade total. O vocal é muito único e inimitável. Ninguém canta daquele jeito doce, alto, sussurrado e desesperado, como se fosse um gato sendo torturado dentro de uma lata de metal jogada de um penhasco durante uma nevasca. Todas as músicas possuem uma textura própria mas sempre com a mesma assinatura. Pra mim, o que constrói uma obra de arte é essa sucessão de assinaturas trabalho após trabalho. É uma banda de texturas por definição. Uma música dele, mesmo sendo inédita, começa a tocar e você sabe, isso foi trabalhado, tecido e composto pelo Robert Smith. Falar em The Cure, depois de tantas décadas de formações diferentes não me parece exato ou justo. The Cure é Smith.
.NOS ANOS 80 todo mundo queria vestir as roupas desconstruídas e usar o cabelo e a maquiagem dark, leia-se, The Cure. O mundo copiou e levou a sério. O preto cobriu o Ocidente de norte a sul. Dezenas de sub-cures acharam seu lugar nas rádios mundo a fora. Isso deixava os fãs como eu e o Marcelo pra morrer. São surfistas, não entendem um verso de qualquer música, mas adoram In Between Days, como assim, esbravejavo-mos ? Mas era moda e moda passa logo. Passou. A produção smithiana continuou prolífera como sempre. Respiramos aliviados e continuamos garimpando lados b, regravaçõs, gravações raras e imagens smithianas. As minhas viagens para NY facilitaram tudo e depois com a internet, todo mundo sabe.
.NÃO DÁ pra escrever um texto sobre essa banda e conseguir não citar o clássico visual exdrúxulo do nosso band leader. Quem o vê pela primeira vez, estranha, pra dizer o mínimo. Mas se acostuma um segundo depois. É quase impossível conseguir uma imagem de Robert Smith sem maquiagem e sem cabelo arrumado (?!). O batom vermelho nunca dentro da linha dos lábios, o olho preto marcadão e mal delineado e o cabelo negro meticulosamnete desgrenhado são as três marcas campeãs nas infinitas caricaturas. Marilyn Manson orgulhosamente nunca escondeu que seu visual é pós Smith. O pessoal do Panic at The Disco idem. O som é imitado, inspirado e reverenciado por milhares de bandas pelo planeta. The Killers, um dos meus favoritíssimos adora soar The Cure e canta aos quatro ventos o viés inspirador da banda em seu trabalho. As bandas novas e velhas não plageiam o Cure, seria impossível. Elas adoram reinventar. Algumas, como o Killers conseguem.
É estranhíssimo que com todo peso das letras e da música , Bob Smith tenha recebido o apelido de Theddy Bear. Fofinho como um ursinho de pelúcia, ele nos deixa sem direção. Como um cara tão fofo canta coisas tão obscuras, já perguntaria Marcelo's mother. É, as aparências enganam mesmo.
.EU OUÇO música o dia inteiro, já disse. Pra mim o silêncio é música. Eu ouço The Cure todos os dias e me policio para não ficar preso às lembranças da adolescência. É sempre para lá que sou arrastado por um Bob Smith eternamente jovem. Mesmo ouvindo o novo cd lançado nesse ano, meu pensamento com o The Cure sempre retrocede aos anos 80. Sempre. Essa década nunca acaba mesmo. Rewind total. Naquela época o The Cure eclodia uma confusão de sentimentos em mim. Esperança, desesperança, encontro, descentralização, futuro, idade. Tudo sem absolutamente nenhuma resposta. Ainda é assim hoje. E sendo asim, tudo fica mais estranho ainda porque os tempos se misturam. E quando tempos e lugares se embaralham você não sabe mais quem você é nem onde você está, nem nada. Mas você sabe que aquela música, aquela melodia, localiza você como uma bússola apontando sempre na mesma direção.
Já me acabei de elogios e exposição de intimidades nos textos sobre o Morrissey e a Marina. Como não fechar o trio fantástico com o Bob Smith e o seu mitológico Cure ?
.O THE CURE invadiu a minha vida antes do Morrissey e da Marina. Tudo foi culpa do Marcelo, um ex amigo meu do colégio. Devíamos ter uns 14 anos e aquelas letras cheias de melancolia e tristeza acompanhadas por uma música sublime num mundo cinza-chumbo eram tudo que queríamos ouvir. Me lembro da louca da mãe do Marcelo me perguntando com total desentendimento da situação: meu filho, por que o Marcelo só ouve essas músicas tristes ? O que eu poderia responder para aquela mãe sem noção ? É o que ele gosta, respondi eu, encerrando o assunto.
.ERA DO que eu gostava também. Junto com o Cure veio Kraftwerk, Laurie Anderson, Jean Michael Jarre e Cocteau Twins.
Já vi num desses insuportáveis programas insuportáveis sobre ídolos do rock dizerem que a voz, o jeito de cantar e o cabelo do Robert Smith são reconhecíveis no meio de um trilhão de pessoas. Verdade total. O vocal é muito único e inimitável. Ninguém canta daquele jeito doce, alto, sussurrado e desesperado, como se fosse um gato sendo torturado dentro de uma lata de metal jogada de um penhasco durante uma nevasca. Todas as músicas possuem uma textura própria mas sempre com a mesma assinatura. Pra mim, o que constrói uma obra de arte é essa sucessão de assinaturas trabalho após trabalho. É uma banda de texturas por definição. Uma música dele, mesmo sendo inédita, começa a tocar e você sabe, isso foi trabalhado, tecido e composto pelo Robert Smith. Falar em The Cure, depois de tantas décadas de formações diferentes não me parece exato ou justo. The Cure é Smith.
.NOS ANOS 80 todo mundo queria vestir as roupas desconstruídas e usar o cabelo e a maquiagem dark, leia-se, The Cure. O mundo copiou e levou a sério. O preto cobriu o Ocidente de norte a sul. Dezenas de sub-cures acharam seu lugar nas rádios mundo a fora. Isso deixava os fãs como eu e o Marcelo pra morrer. São surfistas, não entendem um verso de qualquer música, mas adoram In Between Days, como assim, esbravejavo-mos ? Mas era moda e moda passa logo. Passou. A produção smithiana continuou prolífera como sempre. Respiramos aliviados e continuamos garimpando lados b, regravaçõs, gravações raras e imagens smithianas. As minhas viagens para NY facilitaram tudo e depois com a internet, todo mundo sabe.
.NÃO DÁ pra escrever um texto sobre essa banda e conseguir não citar o clássico visual exdrúxulo do nosso band leader. Quem o vê pela primeira vez, estranha, pra dizer o mínimo. Mas se acostuma um segundo depois. É quase impossível conseguir uma imagem de Robert Smith sem maquiagem e sem cabelo arrumado (?!). O batom vermelho nunca dentro da linha dos lábios, o olho preto marcadão e mal delineado e o cabelo negro meticulosamnete desgrenhado são as três marcas campeãs nas infinitas caricaturas. Marilyn Manson orgulhosamente nunca escondeu que seu visual é pós Smith. O pessoal do Panic at The Disco idem. O som é imitado, inspirado e reverenciado por milhares de bandas pelo planeta. The Killers, um dos meus favoritíssimos adora soar The Cure e canta aos quatro ventos o viés inspirador da banda em seu trabalho. As bandas novas e velhas não plageiam o Cure, seria impossível. Elas adoram reinventar. Algumas, como o Killers conseguem.
É estranhíssimo que com todo peso das letras e da música , Bob Smith tenha recebido o apelido de Theddy Bear. Fofinho como um ursinho de pelúcia, ele nos deixa sem direção. Como um cara tão fofo canta coisas tão obscuras, já perguntaria Marcelo's mother. É, as aparências enganam mesmo.
.EU OUÇO música o dia inteiro, já disse. Pra mim o silêncio é música. Eu ouço The Cure todos os dias e me policio para não ficar preso às lembranças da adolescência. É sempre para lá que sou arrastado por um Bob Smith eternamente jovem. Mesmo ouvindo o novo cd lançado nesse ano, meu pensamento com o The Cure sempre retrocede aos anos 80. Sempre. Essa década nunca acaba mesmo. Rewind total. Naquela época o The Cure eclodia uma confusão de sentimentos em mim. Esperança, desesperança, encontro, descentralização, futuro, idade. Tudo sem absolutamente nenhuma resposta. Ainda é assim hoje. E sendo asim, tudo fica mais estranho ainda porque os tempos se misturam. E quando tempos e lugares se embaralham você não sabe mais quem você é nem onde você está, nem nada. Mas você sabe que aquela música, aquela melodia, localiza você como uma bússola apontando sempre na mesma direção.
E o carro que parece uma carroça, coisa nossa, muito nossa.
0ºc. Se você mora numa cidade do Brasil que realmente faça frio, você sabe que nossas casas parecem um casebre. Coisa nossa. O chão, as janelas, os vidros, os banheiros, tudo é construído sem o mínimo de visão para o inverno gelado. O inverno meia-boca dá pra levar, mas quando o termômetro despenca o bicho pega. E daí passamos alguns dias experenciando como deveria ser viver em cavernas, sim, porque tudo fica gelado. A temperatura interna nunca é muito superior à externa. De nada adianta ligar o ar condicionado no quarto e ter que passar por uma sala que mais parece locação da Era no Gelo IV e chegar numa cozinha onde se pergunta : por que essa geladeira está ligada, afinal ?
- 1 ºC. Essas são as nossas casas. É caro ligar todos aparelhos de aquecimento de uma vez só ? Sim. Mas será que ligar - todos - por alguns poucos dias de inverno vai quebrar o orçamento de alguém ? Por favor! Isso não tem nada a ver com dinheiro, na maioria dos casos. Quem já não foi em casas atapetadas de splits, com lareiras lindas e ... nada ! As pessoas simplesmente não usam. ENTÃO POR QUE COMPRAM ????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????
- 2 ºc. Então tá um daqueles dias e você tem que fazer uma visita para aquele amigo que além de não ligar nem o bico do fogareiro ainda gosta de arejar a casa. Aqui no sul as pessoas amam o tal do arejar a casa, é uma febre, um craving. Ok, é saúde, ok, mas dá pra arejar sem eu ter que estar presente nesse vendaval direto dos Andes para o meu nariz ? Meu, tá fazendo 11 (onze) graus lá fora, animal ! Gente assim tá fora da casinha, do condomínio, do universo. E aí você conversa, brinca com a filhinha dele, janta, toma cafezinho e vai pegar seu carro, sem em -n e n h u m- momento ter tirado o casacão com aqueles três blusões de lã por baixo e ainda se arrepende por não ter colocado duas ceroulas ao invés de apenas uma. Isso pra mim, é tratar mal uma visita. E ainda acham que as pessoas ficam muito resfriadas no inverno. Ah, por que será ? Dentro ou fora dos lugares, parece que estamos sempre na rua, no tempo e no vento. Esse pessoal deve ter Ana Terra como heroína.
- 3°C. O mais revoltante é que as pessoas tem aquecedores e o escambau, mas simplesmente não usam. O gaúcho, que é o povinho que eu mais conheço, é mmmmmmmuito pão duro, as coisas passam do limite.
33ºC. Bom, pelo menos no verão a situação aos poucos está melhorando. Quando a meteorologia prevê uns 28 graus já tem gente que começa a tirar o pó do seu ventilador Arno três pás. É, tomara que o verão chegue logo.
- 1 ºC. Essas são as nossas casas. É caro ligar todos aparelhos de aquecimento de uma vez só ? Sim. Mas será que ligar - todos - por alguns poucos dias de inverno vai quebrar o orçamento de alguém ? Por favor! Isso não tem nada a ver com dinheiro, na maioria dos casos. Quem já não foi em casas atapetadas de splits, com lareiras lindas e ... nada ! As pessoas simplesmente não usam. ENTÃO POR QUE COMPRAM ????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????
- 2 ºc. Então tá um daqueles dias e você tem que fazer uma visita para aquele amigo que além de não ligar nem o bico do fogareiro ainda gosta de arejar a casa. Aqui no sul as pessoas amam o tal do arejar a casa, é uma febre, um craving. Ok, é saúde, ok, mas dá pra arejar sem eu ter que estar presente nesse vendaval direto dos Andes para o meu nariz ? Meu, tá fazendo 11 (onze) graus lá fora, animal ! Gente assim tá fora da casinha, do condomínio, do universo. E aí você conversa, brinca com a filhinha dele, janta, toma cafezinho e vai pegar seu carro, sem em -n e n h u m- momento ter tirado o casacão com aqueles três blusões de lã por baixo e ainda se arrepende por não ter colocado duas ceroulas ao invés de apenas uma. Isso pra mim, é tratar mal uma visita. E ainda acham que as pessoas ficam muito resfriadas no inverno. Ah, por que será ? Dentro ou fora dos lugares, parece que estamos sempre na rua, no tempo e no vento. Esse pessoal deve ter Ana Terra como heroína.
- 3°C. O mais revoltante é que as pessoas tem aquecedores e o escambau, mas simplesmente não usam. O gaúcho, que é o povinho que eu mais conheço, é mmmmmmmuito pão duro, as coisas passam do limite.
33ºC. Bom, pelo menos no verão a situação aos poucos está melhorando. Quando a meteorologia prevê uns 28 graus já tem gente que começa a tirar o pó do seu ventilador Arno três pás. É, tomara que o verão chegue logo.
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